sexta-feira, dezembro 23, 2005

Natal 2005

Pouco passa da meia-noite, de 23 para 24 de Dezembro, aqui em Leiria, neste canto do Centro-Oeste de Portugal. Os meus netos estão cá em casa, entraram ontem à tarde em estágio para o Natal em família. Depois de muitas correrias e algazarras por toda a casa e quintal, por causa do presépio e para matar saudades (creio eu...) deste lugar - nos Lourais (de Cima, começo eu a chamar-lhe, que fica na parte de cima e é a que faz parte da freguesia da Barreira, a outra, a de baixo, integra a freguesia das Cortes) - lá sossegaram e dormem a sono solto.
Vim um pouco aqui à Internet e aos Blogs. Estou a apreciar esta forma de comunicar, como que em tempo real, todos (?!) on-line com todos, sem a excessiva espontaneidade dos chats, apesar de os considerar também interessantes para estabelecer alguns contactos duma forma mais rápida e talvez mais despreocupada. Diz-se e eu também comungo dessa ideia - em princípio - que a idade não é importante para revelar-mos o nosso espírito, particularmente, desta forma tão virtual, quase a raiar o esotérico, por assim dizer. Talvez. Acompanho a evolução da Informática e telecomunicações (sou radioamador desde 15 de Junho de 1982, tenho o indicativo CT1CIR, podem ver a minha páginazita na Net, www.qsl.net/ct1cir, talvez com outro endereço quando estiverem a ler estas linhas depois de impressas em livro - vamos lá a ver - ) e sou, desde 2000, um lunático desbaratador de tempo a construir páginas web, nada convencido, é certo, da minha capacidade criativa na sua concepção gráfica, importante sem dúvida, mas que decididamente não é um dom com que Deus me poderia ter dotado, mas assim não o entendeu no seu inacessível e insondável juízo de última e definitiva instância.
De modo que só, agora, que estamos a findar o ano de 2005, é que me decidi a embrenhar-me no mundo dos blogs. Fascinante é a conclusão a que tenho de chegar. Está visto que os meus quase 59 anos de idade me estão como que a empurrar para um Mundo completamente diferente daquele a que a minha vida profissional me tem obrigado a viver ao longo de mais de 35 anos. Apetecia-me deixar a Contabilidade e a gestão, de vez. Pois, e ia viver de que outra fonte de rendimento, que não a tenho?! As expectativas que eu, como milhares de outros Portugueses, criámos ao longo de várias décadas de trabalho, ao trabalhar arduamente, para viver com dignidade e proporcionar uma esmerada educação aos nossos filhos, esperando que por volta dos 60 anos nos pudéssemos reformar da profissão, estão a gorar-se completamente. Os nossos políticos, que têm governado este país ao longo das últimas décadas, não tiveram a capacidade, talvez nalguns casos, nem sequer a idoneidade e honorabilidade de gerir a Nação tendo em conta que estavam a lidar com a vida de milhões dos seus compatriotas e, por esse facto, tinham o dever de se empenhar com todas as suas forças no bom desempenho dos cargos públicos, que não só políticos, que ocuparam. O resultado parece estar à vista. Prometem, ganham eleições "vendendo" ilusões, não as cumprem justificando-se com o estado em que os outros deixaram o País, como se não soubessem de antemão que não as podiam cumprir.
Entretanto, o dito Povo em nome de quem se cometem as maiores barbaridades, de toda a ordem, cá está, sempre na linha da frente, não tem outro remédio, para pagar todas a facturas das "crises", umas a seguir às outras, aparentemente intercaladas com alguns momentos de "vacas gordas", que, mesmo assim, nunca serão para todos, nem sequer para a maioria.
Será que os nossos desabafos nos blogs poderão servir, ao menos, para alguns senhores reflectirem um pouco, que o ser humano merece mais consideração dos detentores ocasionais do poder e da força?
Já não tenho grandes ilusões...
Mesmo assim penso que devemos lutar por um Mundo melhor, com a bandeira do social e da solidariedade!
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terça-feira, dezembro 20, 2005

Um soneto aos 17 anos - 1964

O ano de 1964 corria ao ritmo da minha juventude, da minha situação de estudante universitário, por esse facto afastado de casa dos meus pais por longos períodos, ao ritmo das alternâncias das emoções próprias da idade e das circunstâncias da minha vida. Nasci em Viseu, mas vivi no Porto desde esse momento até aos 8 anos de idade. Aos dezasseis anos voltei para o Porto, sozinho, já que em Viseu não havia qualquer Escola Superior ou Média (para além do "Magistério Primário" com o qual eu embirrei logo à partida não sendo, por isso, uma opção de estudo para mim).
A verdade é que, precisamente nestas circunstâncias, ia eu de férias para Viseu - Natal, Carnaval, Páscoa e férias grandes - acabei por me encher de coragem e pedi namoro a uma moça da minha idade, julgava eu que estava apaixonado. Talvez estivesse, de certo modo. Vai daí enchi-me de brios, entusiasmei-me e escrevi-lhe um soneto, ao fim de um mês de intensa labuta. Decepcionante foi o facto de a Helena nunca ter acreditado que eu o tivesse escrito. No juízo dela plagiei-o...O nosso namoro não durou muito, dois anos, talvez, grande parte do qual por carta.
Paz à sua alma, que, entretanto, já não pertence ao mundo dos vivos... há muito...

In memoriam Helena

Quando de entre as nuvens
A lua aparece no firmamento
Acolitada por mil silfos volúveis
Com graça passeias no meu pensamento.

Ao contemplar a luz da lua
Sinto em mim um doce enlevo
Pois a comparo com a imagem tua
Que a todas as outras sobrelevo

Porque tu és a razão do meu viver
O vento vagabundo
Que despertou meu ser

E m´inspirou esta grande paixão
Q´imensa como o mar profundo
Alcançou enfim meu coração.


41 anos são passados...






sexta-feira, dezembro 16, 2005

Ser poeta

Gosto de ler poesia. Não me preocupa absolutamente nada a falta de rima. Pelo contrário, encanta-me ler poesia que me ajude a empolgar os meus sentimentos e as minhas emoções somente pelo ritmo que o autor lhe consegue imprimir, sem preocupação da rima. De qualquer modo não sou avesso a essa forma de escrever poesia, aliás, penso que o essencial é escrever-se com emoção e que essa emoção consiga ver-se, sentir-se, tocar-se...
Vou tentar escrever poemas, à minha maneira, com formação académica do ISCAP (ex- Instituto Comercial do Porto) curso acabado em 1966. Frequentei também a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, tendo, então, tido oportunidade de contactar com a "cabra" e outras vetustas instituições daquela Academia. Só que pelas sebentas não se consegue fazer "Economia" concluí eu, anos 80, apesar de me terem dado equivalência a várias disciplinas, algumas do 3º ano.
Não desisto, mas sinto-me demasiado dispersivo nas minhas ideias, nos meus projectos...e os anos também devem contar...dizem...dá-me a impressão de que ainda não tanto como eu imaginaria, quando era mais novo...

Uma Antologia blogoesférica

O livro a que me refiro na introdução a este Blog deverá assumir o título: "Uma Antologia blogoesférica".
Aguardo/amos o seu contributo. Cada autor será devidamente referenciado e biografado.

Blogomania

Não há dúvida que esta nova moda - para mim, que tenho andado talvez demasiado absorto com a manutenção de diversas páginas web, trabalho gratuito, claro está, que jeito para trabalhar só por dinheiro não tenho - dos Blogs é muito interessante.
Tem, pelo menos, uma virtude. Está a constituir-se numa forma viva de incentivar as pessoas que gostam de escrever a não se limitarem a remeter esses seus escritos, ou directamente para a gaveta ou Diário fechado a sete chaves, ou a rasgarem o papel ou a fazerem delete ao ficheiro digital, na primeira releitura dos textos.
É claro que a quantidade de leitores destes escritos depende essencialmente da capacidade mediática dos seus autores, o que não será o caso relativamente à maioria de nós, os "bloguistas".
A verdade, porém, é que quem escreve gostaria de publicar, em revista, em jornal ou melhor ainda em livro, o que, por variadíssimos motivos nem sempre é viável.
De qualquer modo há sempre a hipótese, mais ou menos remota, de alguém se interessar por aquilo que vamos escrevendo.
Tenho pena de não poder ocupar mais do meu tempo a escrever, quase que a escrever por escrever, desde que me lembro, talvez desde os meus tempos do antigo Ciclo Preparatório, que gosto de escrever. Digamos que desde o momento em que, ao receber um ponto de Português corrigido pela minha professora, com esta observação a vermelho no sentido longitudinal "Até parece um romance do séc. XVIII").

MODO de OLHAR

Compilação de artigos publicados pelo autor, na imprensa (regional de Leiria), segundo o seu modo de olhar, dispersamente, à medida do tempo que tem passado e das emoções e sentimentos que a vida lhe vai despertando...
Tenho um projecto, uma ideia em mente, que gostaria de partilhar com quem me chegar a ler.
Estou na disposição de trabalhar para, num futuro próximo, apresentar uma Antologia de crónicas, contos, poesia, acompanhadas por peças artísticas nas áreas da fotografia e da pintura. De vários autores (preferencialmente sobre temas relacionados com o Distrito de Leiria).

mailto: geral@leiriana.net
http://leiria.no.sapo.pt