quarta-feira, março 15, 2006

Os meus livros

A leitura de um bom livro (a avaliação terá de ser a de cada um de nós, condicionada, obviamente, pela nossa sensibilidade, formação académica e literária, ambiência da sua própria vida, etc. etc.) é fundamental para o nosso equilíbrio emocional e para a formação, quiçá muitas reformulações, do nosso próprio pensamento e modo de encarar a vida em todas as suas múltiplas cambiantes.
Hoje comprei o livro que apresento a seguir:
Autor: Arouca, Manuel
Ed.: Oficina do livro - 2005
"No decorrer do mês de Dezembro, recebi mais um monte de cartas. Passei-as como quem folheia ansiosamente as folhas de um livro. Depois de me aperceber que o silêncio de Isabel permanecia, fui separando os envelopes, um a um: lá estavam a fiéis cartas da minha mãe, do meu pai, da Leonor. Mas senti um impulso de não as abrir. Naquele particular momento, sem influência do álcool, da noz de cola, só, naquela pujante e inebriante natureza, senti-me profundamente ligado a África e interiorizei que nunca mais de lá sairia. Em termos de paixão, só Isabel me ligava a Portugal."
A minha predisposição para a leitura deste livro tem a ver com o facto de, eu próprio, ter vivido dois dos mais emocionantes anos da minha vida, em Moçambique. Claro, tinha 21 anos, a minha mulher e a minha filha comigo, apesar de estar a cumprir o serviço militar obrigatório, alguns familiares ali emigrados (quer dizer, localizados a quase 500 kilómetros de Nampula), nas suas machambas, aquelas cores da paisagem e o cheiro da terra após aquelas intensíssimas chuvadas, próprias só daquele clima tropical de Moçambique, todas estas extraordinárias sensações e momentos de vida determinaram uma paixão infinita por aquelas paragens.
... Parece que ainda estou a ouvir emocionado "This is Africa" uma faixa dum disco em vinil, 45 rotações, tocada com o volume quase no máximo duma aparelhagem comprada pelo meu camarada de quarto, estava a poucas semanas de regressar à peluda, a família já estava no continente...
ASN

quinta-feira, março 09, 2006

PACHECO PEREIRA ... o seu Blog

Sabia da existência dum blog da coordenação de Pacheco Pereira, que me habituei durante muitos anos, a ver simplesmente como político, mas que se percebia extraordinariamente culto e dado ao culto dos livros e documentos em geral, também escritor de mérito.
A incomensurável base de dados que se está a construir na internet é, cada minuto que passa, mais e mais impossível de avaliar em termos de consequências para a formação cultural da humanidade e para a qualidade e perenidade do armazenamento da informação. Quanta da informação que está a ser depositada na internet não virá a volatizar-se, pura e simplesmente, sem aviso prévio. Basta que um servidor, daqueles que pertencem a empresas comerciais, por exemplo, inopinadamente seja destruído acompanhando a falência dessa empresa...
E quanta dessa informação não se reveste de uma importância/valor excepcional? Quem a vai preservar, defendendo-a das contingências da falibilidade dos equipamentos em que é armazenada digitalmente? Julgo saber que existem cópias de segurança de todo o conteúdo da internet em vários pontos do globo.
Será que existem mesmo e que esses backups são fiáveis? Podemos contar com eles numa emergência?
É que, de facto, tem-se produzido tanta informação e esta tornada imediatamente pública através da internet, alguma de qualidade excepcional, que seria dramático que, dum momento para o outro lhe perdêssemos o rasto.
É certo que uma pequena parte desta inofrmação